É importante que você entenda as aplicações da análise do sorriso e do DSD (em inglês Digital Smile Design). Isso porque muitas vezes seu paciente vai chegar até você com queixas estéticas. Seja para corrigir alguma característica que o deixa incomodado ou deixá-lo parecido com o sorriso de outra pessoa.
Em português, o protocolo DSD também é conhecido como planejamento digital estético ou planejamento digital do sorriso.
Lembrando que cada pessoa tem sua percepção seletiva sobre o mudo, consequentemente, sobre seus gostos. Ou seja, o que um paciente pode achar bonito, pode não ser o mesmo para você.
Então, pode ser que a queixa que ele tem não é exatamente o que você está observando. Por isso é importante trabalhar com DSD, para você e seu paciente conseguirem se comunicar com a mesma língua.
Continue lendo o conteúdo para entender como essa ferramenta é importante para qualquer tratamento ortodôntico.
DSD – Digital Smile Design

Em primeiro lugar, quero que você entenda a diferença entre planejamento digital do sorriso e análise do sorriso. Você até pode achar os resultados parecidos, mas eles têm funções diferentes.
O DSD utiliza um programa digital que processa as informações de forma automática e rápida. Você tem menos preocupações e seu paciente tem fácil acesso a ele. Enquanto que a análise do sorriso é um processo manual, não há um software para auxiliar nessa atividade.
Como funciona o planejamento digital do sorriso
Para fazer uma análise do DSD, você precisa tirar uma foto, com a câmera bem posicionada. Aliás, já falei sobre isso no meu artigo Aprenda a cuidar do sorriso do seu paciente.
Se você ainda não leu, vou te contar. Se você já leu, é bom ler novamente para se lembrar. É um ponto muito importante para que a foto do sorriso do paciente fique exatamente do jeito que é visto por ele.
A câmera não pode estar posicionada paralelamente à boca, ao plano oclusal, mas sim na altura dos olhos dele, levemente inclinada na direção da boca.
Mas por que deve ser feito assim? Porque, geralmente, o paciente olha seu sorriso em um espelho ou em uma selfie, ou seja, de cima para baixo.
Assim sendo, você vai obter uma foto do mesmo eixo visual que ele tem. Além disso, você ainda consegue mostrar um desenho muito adequado (do formato curvo) do sorriso.
Portanto, se tirar uma foto paralela ao plano oclusal, você terá um plano chato da linha incisal e o DSD não ficará adequado. Dessa forma, não conseguirá enxergar o que seu paciente quer mostrar.
Enfim, para fazer uma análise do planejamento digital do sorriso, você precisa se atentar às proporções de altura e largura do dente. O ideal é que essa relação fique entre 75% e 85%. Isso porque essa proporção vai criar um arco mais expandido, com bom volume, isto é, mais dentes sendo mostrados no sorriso.
É esse ponto que é diferente entre o DSD e a análise do sorriso, porque ela não mostra essa proporção.
Avaliação da face do paciente

Então, para fazer a análise do planejamento digital do sorriso utiliza a face do paciente, você precisa determinar a relação entre as linhas pupilares, o posicionamento da face, a linha do canto da boca e a condição de equilíbrio do plano oclusão.
Esse design funciona bem, desde que o paciente não tenha uma assimetria severa de nível pupilar. Isso porque se elas forem muito diferentes, de um olho para outro, vai existir uma variação muito grande entre o plano oclusal e o plano pupilar.
Por que isso é tão importante? Porque toda orientação do DSD é realizada a partir da linha pupilar. Ou seja, com uma variação grande, a análise não será confiável.

Outro ponto importante é que a linha do lábio superior deve ser mais plana, enquanto que a linha do lábio inferior deve ser mais angulada. Além disso, o lábio inferior deve ser paralelo aos dentes superiores. Desse modo, você já vai conseguir analisar se há muita ou pouca exposição dos dentes.

Além disso, um passo interessante que você não pode esquecer é de sobrepor uma foto intra-oral do paciente para avaliar a quantidade de dentes que está sendo exposta.
Então, todo o tratamento ortodôntico será feito em cima disso, para promover um sorriso mais jovem. Portanto, é preciso expor mais os dentes superiores e esconder mais os dentes inferiores.
Proporção dos dentes
Depois dessa avaliação, você precisa medir os dentes, para calcular aquela proporção que falei anteriormente, que deve ficar entre 75% e 85%. Acima disso, significa que a relação de volume está maior do que deveria. Abaixo disso, a altura está maior.

Logo após, deve-se verificar se a posição do dente está adequada. Assim sendo, esse passo serve para dar uma condição de paralelismo entre as linhas incisais.
Uma dica que eu tenho para você é fazer a simulação de uma forma que fique bem artificial. Isso porque o paciente vai ter mais noção de que a exposição dos dentes é apenas uma amostra de como pode ficar, não que ficará exatamente daquele jeito.
Portanto, a simulação é apenas para ele entender como será a relação entre altura e volume dos dentes. Assim como outras características: transpasse vertical, posição de dentes e caninos, entre outros.
Enfim, com todas essas informações que o DSD oferece, é possível dar uma meta terapêutica de movimentação dentária.
Quer saber mais sobre DSD?
Quando um reabilitador utiliza o DSD, visando a ortodontia, ele quer adequar o sorriso do paciente para uma nova realidade. Ou seja, ele não modifica medidas volumétricas, apenas aumenta ou diminui a exposição dos dentes.
Claro que também é bastante comum que o reabilitador utilize o planejamento digital estético para dar um outro sorriso ao paciente. Mas nesse caso, serão realizadas diversas alterações invasivas e será necessário trabalhar com a parte estética também.
Se você quer saber mais a fundo sobre esse assunto, assista a esse vídeo que postei no meu canal do Youtube:
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